quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Muito mais do que uma feira de livros

por Nathalia Pereira

“Entraram no botequim para um café. Inimigos, não se falavam desde a infância. Sentavam-se ali todas as tardes e ficavam horas em silêncio. Um servia café ao outro, mesmo correndo perigo. Desconfiavam de uma dose fatal de veneno. Mas não compreendiam a vida sem esse risco.” Foi assim que o conto começou a ser narrado pelo seu primeiro criador, o escritor pernambucano Raimundo Carreiro, mas seu desfecho era um desafio à criatividade dos conterrâneos: “Termine esta história”. Essa era a proposta do inovador concurso de redação, planejado pelos organizadores da VII Bienal Internacional do livro, um dos pontos positivos da ampla programação do evento, que aproveita a oportunidade para homenagear Carreiro.

Essa é apenas a primeira atração da Bienal, que desde o início surpreende positivamente pela qualidade das atividades oferecidas. A feira de livros é um detalhe a parte, mais do que isso, a visita ao Pavilhão do centro de Convenções, em Olinda, vale pelo imediato ganho cultural que o lugar está oferecendo gratuitamente, desde o dia 02 de outubro. O primeiro destaque vai para o chamado Café cultural. São conversas com escritores, poetas, professores, críticos e jornalistas consagrados, que estão acontecendo todos os dias, e estão sendo muito bem aproveitadas pelo público da Bienal. Oportunidade muito acessível e rara.