quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Renúncia de Hosni Murabak, no Egito

Por Rafaela Borges

Foram necessários 18 dias de protesto para que o, até então, presidente do Egito, Hosni Mubarak, renunciasse. A renúncia ocorreu na última sexta-feira (11), após 30 anos de comando do país e aos 82 anos de idade. Mubarak admitiu que não será candidato a um sexto mandato nas próximas eleições, que acontecerão em setembro.

O movimento popular responsável pela renúncia do ex presidente foi um dos muitos que estão havendo no Oriente Médio, como o que ocorreu na vizinha Tunísia, que derrubou Zine El Abidine Ben Ali, governante que permaneceu na presidência do país por 23 anos.



No final de janeiro, os oposicionistas do atual presidente se uniram e ameaçaram a presidência de Murabak pela primeira vez. Aparecendo como força principal da oposição, a Irmandade Muçulmana, de onde se originou a facção palestina Hamas, havia anunciado o seu apoio oficial, devido ao governo com características ocidentais que o país começava a possuir, tendo como o marco principal a marginalização dos integrantes do grupo.

Além disto, houve o retorno do Nobel da Paz e ex-presidente da Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU, Mohamed ElBaradei, que, após declarar apoio aos protestos, foi ameaçado pelas forças militares do governo Murabak. ElBaradei declarou disponilidade em assumir a função do presidente após a sua queda.

Durante todo o protesto houveram duras repressões, que tiveram consequências irreparáveis:segundo a ONU, em torno de 300 mortos e milhares de feridos.
Mesmo com o objetivo inicial alcançado, os opositores classificaram como "vagas" as medidas tomadas até então, tais como o aumento de 15% nos salários do funcionalismo e nas aposentadorias e a nomeação do vice-presidente, Omar Suleiman. Devido a essa insatisfação da oposição, as manifestações, ainda que menores e mais pacíficas, continuam ocorrendo no país.

O número dois da diplomacia americana, James Steinberg, anunicou que os Estados Unidos trabalharão para assegurar que a violência desatada no Egito não crie "novos perigos para Israel ou a região".