quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Composições de Luiz Gonzaga ainda representam o povo Nordestino

Por Amanda Ferreira

O compositor e cantor pernambucano Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 1912 na Zona rural de Exu, Sertão de Pernambuco e nem sempre viveu na sua cidade natal, aos 17 fugiu de casa e migrou para o Sul do Brasil, nesta época fez de tudo um pouco, até tocar em bares na beira do Cais. Foi em uma dessas breves e modestas apresentações que Luiz ouviu que se tocassem as boas músicas do ‘distante Nordeste’, faria sucesso.

A partir daí, compôs duas músicas: "Pés de Serra" e "Vira e Mexe", então decidiu participar do concurso de calouros de Ary Barroso onde solou sua música “ Vira e Mexe”, conquistando o seu primeiro prêmio e posteriormente foi contratado pela emissora Nacional, se tornou responsável pela disseminação da cultura popular nordestina no eixo Sul/Sudeste.

Luiz Gonzaga foi representando o que se tem da música nordestina, foi o primeiro músico a conceber através da sanfona e do chapéu de couro, o brado das dores e amores de um povo que ainda não tinha voz. Em 1985 teve a oportunidade de se apresentar e ser prestigiado pelos Parisienses, dois anos depois o ‘Velho Lua’ ganhou o Prêmio Shell de Música Popular, consolidando mais ainda sua carreira de ilustres participações e reconhecimento.

Embora tenha morrido há 21 anos, seu legado transparece o sucesso das grandes composições, mesmo que a mídia continue tentando desviar a atenção do público para modismos e novos ritmos, o Rei do Baião nunca perde seu prestígio e continua representando a alma de um povo, o Nordestino.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Quarto aniversário da Orquestra Cidadã

Por Amanda Ferreira

Idealizado em 2005 pelo Juiz de Direito João José Rocha Targino, tendo em vista incluir socialmente crianças e adolescentes através da música, o projeto Orquestra Criança Cidadã, que contempla crianças que moram em um dos bairros mais perigosos do Recife, o Coque, completa mais um ano de descoberta de talentos e música erudita por mãos e sopros infantis.

O Maestro conceituado Cussy de Almeida, violinista e compositor, nascido em Natal/RN, falecido há duas semanas, ingressou nos grandes Conservatórios de Música na Europa durante sua adolescência. No mesmo período, participou dos seus primeiros concertos e três anos depois voltou ao Brasil e deu continuidades a projetos e criações de diversas orquestras.

Nos últimos quatro anos, abraçou o projeto Orquestra Criança Cidadã e se dedicou a executar a música popular e conciliá-la à erudita, com instrumentos típicos do Nordeste (rabecas e violas). Cussy de Almeida se preocupou em ensinar música e dar cidadania às crianças do Coque e sempre dizia: “A inteligência e a capacidade, sobretudo dos brasileiros, está nas camadas mais baixas da população”. Em todas as apresentações com as crianças, o Mestre e Maestro emocionava o público e demonstrava seu amor e excelência pela música. “Mais do que a musicalidade, ele nos ensinou a formar um caráter, a formar um cidadão”, conta o Juiz e amigo, João Targino.

Indicado pela ONU como um dos melhores projetos de inclusão social do mundo – a Orquestra Criança Cidadã completa hoje, quinta-feira (5), quatro anos de existência e fará uma apresentação em homenagem aos 21 anos sem o rei do baião – Luiz Gonzaga. É a primeira vez que os meninos se apresentarão sem a regência de Cussy de Almeida.